segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

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-Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
-Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
-Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
-Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
-Mas eu não quero me encontrar com gente louca,observou Alice.
-Você não pode evitar isso, replicou o gato.
-Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco,você é louca.
-Como você sabe que eu sou louca? indagou Alice.
-Deve ser, disse o gato, Ou não estaria aqui.



Alice, my little girl, there is no other in this whole wide world,
take me by the hand, tell me you understand,
Alice, Alice in wonderland.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sinais


Começamos bem, com letra maiúscula e tudo, demos a pontuação necessária a cada acontecimento, mas com o passar do tempo começamos a nos perder nessa pontuação...

Era reticencia demais, era etc pra muitas respostas, era uma interrogação no meu peito, era uma exclamação no meu rosto, e uma indagação em minha mente.

E nos perdemos em meio a gramática da vida, cheia de acentos, hifens, tremas. É, fomos perdendo espaço, e eu, eu fui ficando guardado na gaveta, abaixo das suas revistas, abaixo da sua vida e do seu interesse, fomos virando uma equação, uma equação que já não mais somava, só decrescia.

Usei aspas e travessões ao redigir seus caracteres em minha mente, e você, você me usou apenas, não tive pontuação nenhuma em troca, não tive um misero acento, não tive nada.

Questionei, exclamei, não obtive resposta, é hora de se apegar a um novo sinal, o ponto, o ponto final.

Nosso amor teve muitos silêncios e muitas vírgulas, cheguei a engasgar em meio a tantas reticencias...

"E de tanto disfarçarmos colocando vírgulas e reticencias no lugar de ponto final, que nossa história tornou-se confusa e sem sentido."

Detesto essas histórias sem fim, afinal, todo mundo precisa de um ponto final para poder começar um novo parágrafo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

As proporções das redes sociais

   As redes sociais vêem exercendo papel fundamental nas circunstâncias atuais; tanto que exacerbaram o limite entre se estar conectado ou não. A era da tecnologia está tomando proporções gigantescas, onde a facilidade de comunicação é tanta que ocorre em tempo real. Mas com todos estes prós da internet, também temos os contras, pois além de facilitar a comunicação, a internet pode acarretar vários problemas pela exposição que a mesma gera.

   A grande mazela das redes é a superexposição que sem se dar conta o internauta participa. Atualmente a nova rede conhecida como twitter tem deixado-os de forma que compartilham suas vidas sem se perceber que todos tem acesso aos seus perfis e acabam divulgando informações de suma importância onde pessoas mal intencionadas podem tirar proveito.
   
   A desenfreada proporção tecnológica atingiu todas as faixas etárias, pois se encontram crianças e idosos on-line.
Inúmeros são os casos onde a imagem de outrem é denegrida perante os demais internautas; as redes alavancaram a comunicação entre familiares, amigos, fonte de pesquisa, porém acarretaram também o mau uso da mesma.

   Viver conectado atualmente é viver perigosamente, pois nunca se sabe realmente a que perigo acabarás sendo exposto.

   Para se manter conectado e com segurança deve-se ficar atento aos detalhes, não publicar dados importantes de sua vida, não manter contato com pessoas desconhecidas, não entrar em sites com conteúdo duvidoso; assim poderemos utilizar a facilidade que as redes nos trouxeram, interagir com quem nos faz bem, e não esquecendo, tudo isso com segurança.

-redação enem 2011-

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Seja Diferente

" Nos dias de hoje, a palavra “diferente” tornou-se símbolo de algo inovador ou fora do quadrado. Refere-se também a coisas e pessoas que fogem ao padrão. Mas o que é ser diferente? E mais... O que é ser normal?"




domingo, 21 de outubro de 2012

Um dia é preciso parar de sonhar...

...tirar os planos da gaveta e, de algum modo, começar.

 Mas como começar? Começar não é tão simples. Precisamos mudar para começar. E a mudança sempre implica uma perda. Temos que abdicar de algo para mudar, para fazer um novo começo. Começos exigem preparação psicológica. Começos e mudanças assustam. Não basta ter um plano, foco, projeto, sonho. Tem que ter vontade também. E força de vontade. Energia. Força interior e coragem. Acho que a palavra-chave é coragem. Arregaçar as mangas e dizer pra si mesmo "vou encarar". Não basta querer.

Dizem que querer é poder. Não concordo. Vontade não é tudo, é importante, fundamental, uns 30%. Mas não basta. É somente um passo. O resto é coragem.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Traíra


Venha, não tenha medo. É só o mar. Não, eu não sei nadar. Eu te ajudo, vem. Confia, vem. Estica a perna assim, abre o braço assim. Respira assim. Vem. Mas eu não sei. Mas eu tô aqui. Olhe meus olhos tão arregalados, como posso guardar mentira aqui? 
Eu posso cantar pra você, eu posso te segurar, eu posso ficar aqui até você conseguir.
Eu não sei. Tá perto. Vai. Solta da borda. Eu sei, você já foi parar no fundo. Mas agora é diferente. Tá mais raso. E eu tô aqui. Eu vim do outro lado do oceano. Eu vim só por sua causa. Vem, larga da borda. Pode vir. Eu vi você como você é e é por isso que estou aqui. Confia. Não sei. Pode vir. Não tem mais ninguém. A borda é para os peixes pequenos. Solta, isso, relaxa a cabeça no meu peito. Não tem fundo mas eu te ajudo a flutuar. Você pode. Calma. Afoga um pouco no começo, cansa, desespera. Mas você quer como eu quero? Quero. Então eu te ajudo. Vem. Isso. Segura em mim. Paz. Azul
Agora, você está quase conseguindo. Falta só metade. Você está quase chegando, mas eu vou decepar a sua cabeça pra usar de bóia. Eu também não sei nadar... 

-Tati Bernardi-

terça-feira, 24 de julho de 2012

Infinito Particular

Algumas pessoas mantêm relações para se sentirem integradas na
sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas,
para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça.

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com
outra pessoa; à vontade para concordar com ela e discordar dela, para
ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar,
pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de
mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você
prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país
distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos
dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se
produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara
lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas
suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças
que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem
demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num
momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de
melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico,
para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho
e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo,
cientes de que o mundo não se resume aos dois.


- Drauzio Varela -

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Chutando o Balde




Chutei o balde. Bem chutado. Assim, chutado, chutadíssimo.  Nem Romário daria tão belo lance. Certeiro, com força; mandou o maldito pra bem longe. Coisa rápida, veja bem. Foi em uma daquelas sinucas de bico, que o jogo vira nos quarenta e cinco do segundo tempo e precisa-se pensar na velocidade da luz. Me saí bem, admito. Chute mais certeiro não haveria de ter dado. Foi-se, e nem quero saber onde ele parou.
Já chutei o balde outras vezes. Digamos que é relativamente fácil. Adquire-se prática com o passar do tempo. Alguns chutes vêm em fórmulas depois de certo período. Em algumas ocasiões é tão fraca a jogada que nem se percebe que foi cometido o ato novamente. Variações para um mesmo resultado, confesso.
O que ninguém nos conta é que é muito mais difícil chutar o balde quando ele contém água dentro. É amigo, isso faz toda a diferença – nem queira saber. Desperdiçar essa água, por si só, já é um pecado.  Era pra ela ficar ali, guardadinha, pra mais além aumentar de volume… Mas não, fui forçado a jogar ela fora, e assim, num de repente! Se fosse aos pouquinhos ainda era mais fácil, com jeitinho tudo se ajeita, não é mesmo? E a água, sendo arrancada violentamente do seu recipiente, ficou jogada pelo caminho, o que não significa que ela secou. Deixar ela assim, viva e abandonada, me causa tanta pena.
Embora, sei bem eu, ela há de secar. Mais dia, menos dia…
O problema é que o balde tende a querer trilhar o caminho de volta. Aham! Nos força a enviá-lo pra onde Judas perdeu as botas e depois quer desfazer todo o esforço. Ah, balde. Assim enfraquece a amizade… Pois bem, ao coitado só desejo boa sorte: vai que nessa volta ele consiga encontrar a água que desprezou. Ou pelo menos o que restou dela.
Não sei, mas ando pensando em encher meus próximos baldes com Vodka.

- Por Karen Rodrigues -

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A farsa



Dá muito trabalho manter as aparências e agir naturalmente. A coisa não é bem assim como você pensa, nem tudo passou, nem tudo é leve e tranquilo. Tem muita reviravolta no peito, mágoa quebrada no estômago, azedume que não passa e queima a garganta. Tem muita dor guardada no infinito, tem muito a remendar, tem a lamentação pelo não dito.

A gente teima em não dar o braço a torcer, tenta virar a mesa, implora pra não sofrer. Não adianta, a culpa atormenta o peito, sacode as janelas, invade a sala, o quarto, os buracos e frestas. A gente se contorce por dentro, tenta acalmar o pensamento, vira para lá e para cá, tenta achar o que já foi perdido faz tempo.

E a gente mente tanto dizendo que tá tudo bem, que tá tudo em paz, que passou, que não dói mais, que já virou lembrança distante. No fundo ainda dói de uma forma bagunçada, revirada, transtornada. Mas isso ninguém vai saber.


- Clarissa Corrêa -

segunda-feira, 14 de maio de 2012

OPEN




   Dão-se por abertas  as portas deste meu estabelecimento, reabasteci a adega e está na hora de me livrar de alguns sentimentos!

   Tenho 2 garrafas de amargura, 2 de arrependimento, 3 whiskys de saudade, 1 vermout de raiva, 3 cachaças de rancor, 6 vodkas de felicidade, 3 vinhos de amor...

   E se depois de tomar uma dose ou mais de cada “bebida” procure entender como alguém não explode com tanto álcool sentimental correndo em suas veias.


   Ah esse porre sentimental, não aguento mais tanta ressaca...

   A ressaca em que você promete que daqui pra frente jamais sentirá isso novamente, jamais será casa de tantos sentimentos... a ressaca do amor, das tristezas, das desilusões, estou com ressaca de sentir tantas coisas assim ao mesmo tempo, uma dor aqui, outra ali até passam, mas tantas de uma vez só é uma overdose para o meu coração.

   E continuo a contar as garrafas vazias no bar, mas até desisto pois não consigo contar tantas, as luzes estão fracas para enxergar, é hora de fechar... já são 4:30 da manhã!

sábado, 12 de maio de 2012

O que a casa tem a oferecer...

Toda vez que a tarde vem,
me sinto sozinho e sem ninguém.
Parece que o tempo vai devagar, quanto mais vou aguentar?
Esse coração entulhado de escombros, precisa de alguém para acalmar, que transporte meus sofrimentos, que máquinas pesadas saiba manusear...
Quantas escolhas são necessárias tomar para um caminho poder seguir?
Quantas vezes temos que chorar para um sorriso surgir?
Quem dera problemas fossem bolhas de sabão, que com um assopro se desmancham, com um toque se desfazem...
Problemas não deveriam ser de concreto, não é mesmo?!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Meia dúzia de fiapos e um aparelho de barbear


 A primeira vez que nos barbeamos parece um rito em nossa casa, o pai fica orgulhoso dizendo: “meu filho virou homem”, a mãe chora e tira fotos, não tem como escapar desses clichês, eles te pegam de surpresa e quando se vê tem fotos suas como espuma na cara em um porta-retrato na sala, num álbum de família...
   Na primeira vez o pai segura a lâmina, alguns cortes acontecem e, é ao longo do tempo com esses cortes que aprendemos qual a melhor forma de se barbear, como escolher a espuma certa, qual aparelho usar, em que sentido usar.
   A melhor hora para fazer a barba para mim é no banho, ou após ele, busquei na internet e descobri que nessa hora os poros ficam abertos e sua pele está limpa, sem oleosidade, ou nenhum resíduo. Tenho sempre um espelho comigo, para ocasiões onde não me encontro em casa; para mim barba é assunto sério, proporcionalmente e diretamente importante como é a maquiagem para as mulheres.
   Por anos briguei com minha barba, relutava em aceitá-la, se não tinha espuma era com sabonete, já cheguei a usar condicionador, fazia com água quente, água fria, não importava o jeito, mas tinha que tirá-la logo de mim.
   Hoje me dou o conforto de que se não for com a preparação necessária e com todas as ferramentas que preciso para um bom barbear, prefiro deixar germinar alguns toquinhos no meu rosto; até que eles dão um charme, um ar de sério, comprometido, não que eu não seja, mas me dá a impressão, são coisas por mim atribuídas a barba.
   Mas esta tarefa exige cuidados, muitos homens dizem tirar de letra, mas não percebem o resultado, ou se obtêm sucesso não sabem o motivo , por isso se atente as seguintes orientações:
- Faça a barba sempre após o banho, o banho elimina a oleosidade e resíduos, assim há uma maior facilidade no deslizamento da lâmina.
- Use sempre espuma de barbear, procure a mais adequada para seu tipo de pele, pois demais produtos podem acabar irritando-a.
- Comece sempre pelas costeletas, pela face e pescoço, nestas áreas a sensibilidade é menor, e por ultimo a região do queixo, pois é onde os pêlos demoram mais a amolecer.
- Fique atento no sentido que os pêlos crescem, evite passar no sentido contrário, ir contra o sentido resulta sim num barbear mais rente, mas em contrapartida irrita a pele e favorece o aparecimento de pêlos encravados.
- Não pressione demais a lâmina, enxágüe-a a cada passada para retirar o excesso.
- Lave bem o rosto, verifique se nenhuma área ficou por fazer, caso tenha deixado para trás alguma das partes não faça o retoque sem espuma, a sua pele agradece.
- Use pós-barba sim, ele fecha os poros e hidrata a pele.
- Troque a lâmina a cada três ou quatro barbeadas. As lâminas gastas, arranham, cortam e queimam.
E se após seguir todas as recomendações sua pele continuar irritada, dê um descanso para ela, pelo menos aos finais de semana!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Super-Herói

Não quero imitar              
Deus ou coisa assim
Só quero encontrar
O que é melhor em mim
Ser mais do que alguém
Que sai num jornal
Mais do que um rosto num comercial
E não é fácil,
Viver Assim

Se eu quiser chorar
Não ter que fingir
Sei que posso errar
E é humano se ferir
Parece absurdo
Mas tente aceitar
Que os heróis também
Podem sangrar
Posso estar confuso
Mas vou me lembrar
Que os heróis também podem sonhar
E não é fácil
Viver assim

Seja como for agora eu sei  
Que o meu papel
Não é ser herói no céu
É na terra que eu vou viver

Eu não sei voar
Isso é ilusão
Ninguém pode andar
Com os pés fora do chão
Sou só mais alguém querendo encontrar
A minha própria estrada pra trilhar
Apenas alguém, querendo encontrar
A minha própria forma de amar
E não é fácil
Viver assim. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um dia


Algum dia ao despertar sentirá um vazio ao seu lado, uma vontade que não é saciada...

Aos poucos vai sentir saudade e descobrirá a falta que faço, então pulsará seu coração, seus olhos vibrarão e sentirá todo o amor que desperdiçado foi...

A cada reencontro meu peito pulsa, meus olhos ardem, minhas mãos suam e o  meu coração dói, não nego... me dói ao te ver, mas sei que algum dia ficarei bem.

Ninguém sabe o que realmente tem até perdê-lo, e só então vai entender o quanto realmente foi amado.

''Não vou querer ser o dono da verdade, também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo, Ou não volte mais''

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Primeiro você cai num poço.

Mas não é ruim cair num poço assim de repente?

No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço.A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poçodo poço.

Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? Agente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço.
E não dói? Morrer não dói.Morrer é entrar noutra.

E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê."